sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Percevejo-de-Crista no Mato Grosso do Sul

inseto q nao consegui identificar

ERA MAQUINISTA DE TREM E EM JANEIRO DESTE ANO DEPOIS D UMA CHUVA FORTE ENCONTREI DENTRE OUTROS INSETOS ESSE EM MEIO AS FOLHAS MOLHADAS DO LADO DE FORA DA LOCOMOTIVA TEM MAIS OU MENOS 1CM E MEIO C UMA CARAPAÇA PARECENDO D UM DINOSSAURO E CABEÇA IGUAL A DE UMA TARTARUGA NUNCA TINHA VISTO NADA IGUAL, AGUARDO UMA RESPOSTA

Eder Figueiredo de Miranda, Mato Grosso do Sul
Olá, Eder.

Gostei muito de sua descrição deste hemíptero da família Reduviidae. O nome comum de todos os percevejos desta família é percevejo-assassino. Neste caso, trata-se da subfamília Harpactorinae, tribo Harpactorini. O tomo 02 de Insetos do Brasil, pág. 218 diz assim: "Desta tribu são bem interessantes as espécies de Arilus Burmeister, 1835 (A. carinatus (Forster, 1771) (= serratus Fabr., 1775), que são bastante robustas e exibem uma crista conspícua, vertical, no lobo posterior do pronotum, com número de dentes variavel nas espécies (fig. 403). Outra informação importante se encontra na pág. 160: "Alguns Reduviideos predadores, como por exemplo, Heza insignis, Melanolestes picipes, Zelus leucogrammus, etc., quando presos entre os dedos sem o devido cuidado, podem fincar rápida e profundamente o rostrum na polpa, numa picada tão dolorosa como a ferroada de um marimbondo" (Polistes), ficando a parte lesada mais ou menos dorida durante alguns dias." Eu te garanto que estes percevejos estão incluídos no "etc.". O rostrum é este bicão que se vê encurvado até o "pescoço". No entanto, não são agressivos, deve-se tomar cuidado apenas ao manuseá-los. Percevejos assassinos são ótimos para se ter em jardins ou plantações, pois se alimentam de outros insetos prejudiciais às plantas.

O nome comum em português "percevejo de crista" para os percevejos-assassinos do gênero Arilus está registrado em Project Noah. Tudo indica que este nome comum foi inaugurado lá mesmo (veja este documento português na página 48, por exemplo), e eu apoio a criação de nomes comuns para as nossas espécies.

Duas são as espécies de Arilus no Brasil. A. carinatus, de cores escuras e fortes, e A. cristatus, de tons mais acinzentados. Este parece ser Arilus cristatus, encontrado desde a América do Norte e, apesar da maioria das imagens mostrar indivíduos com tíbias cinzas, não alaranjadas como este que você fotografou, eu encontrei imagens de  alguns indivíduos em BugGuide que combinam muito bem com este AQUI e AQUI.

Atualização: Aparentemente A. carinatus é a única espécie brasileira e se diferencia por fotos de A. cristatus pelas tíbias alaranjadas.

Borboleta Zebra no Rio de Janeiro

Olá Cesar!
Fotografei essa linda borboleta em Cordeiro-R.J. no mês de Novembro/2012. Não consegui fotografá-la de asas abertas.
Um abraço,
Lúcia Lopes
     Apesar de notar que a tonalidade das listras parece mais clara do que a maioria dos indivíduos, esta certamente é uma borboleta da família Nymphalidae, subfamília Nymphalinae gênero Colobura. Existem apenas duas espécies de Colobura, C. annulata e C. dirce. A primeira, de acordo com o link da Wikipedia só ocorre ao norte da América do Sul, de modo que esta espécie é uma Colobura dirce.
     Este documento da UFSC diz na pág. 10: "A borboleta da espécie Colobura dirce (subfamília Nymphalinae) se alimenta de frutos fermentados e/ou carcaças, enquanto sua lagarta se alimenta de folhas de embaúba (Cecropia sp.) Os indivíduos desta espécie que foram criados durante o projeto foram coletados já adultos utilizando-se armadilha de captura. Seu período de vida registrado foi de 55 dias."
     Este outro da EMBRAPA, chama a espécie borboleta-zebra, nome aqui adotado, embora duas outras espécies (1 e 2) sejam também conhecidas por zebra em outras regiões.

Besouro-tartaruga no Rio de Janeiro

"Visão dorsal e frontal deste maravilhoso besouro de cor azul metálica, uma verdadeira jóia da natureza."
Maxwel Rocha
Fotos: Maxwel Rocha Blogger Flickr
      Besouro-tartaruga é o nome comum a diversas espécies de besouros da família Chrysomelidae, subfamília Cassidinae. Eles possuem um interessantíssimo mecanismo de defesa baseado na estruturas de seus pés e carapaça. Seus pés possuem um complexo conjunto de estruturas microscópicas que permitem que ele se apegue à folha de tal forma que  se torna praticamente impossível a um predodor fazê-lo soltar, enquanto recolhe suas antenas e mantém sua carapaça rente à folha, tornando inacessível as estruturas moles de seu corpo.
     Enquanto crisomelídeos normalmente se alimentam em plantas herbáceas, muitos indivíduos desta subfamília se alimentam de plantas mais "duras", como coqueiros, palmeiras e palmito.
     Este documento da EMBRAPA usa um outro nome comum: inseto-rodilha.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Barata D'água em Santa Catarina

Foto: DigiPhotus Blogger Flickr
Barata d'água (que nãoé uma barata verdadeira) é o nome comum a todos os hemípteros da família Belostomatidae. Estes do gênero Lethocerus podem ultrapassar os dez centímetros, sendo os maiores de todos os heterópteros. Uma curiosidade sobre estes insetos, é que a fêmea deposita os ovos nas costas do macho, muitos acreditam que seja para que o papai não os coma!

Baratas d'água, assim como quase todos os hemípteros aquáticos são predadores, e podem atacar presas muitas vezes o seu próprio tamanho. Veja esta interessante matéria traduzida da BBC sobre baratas d'água japonesas em G1.

Baratas d'água devem ser manuseadas com cuidado, pois podem produzir uma picada dolorosa.

Na Tailândia, baratas d'água são consideradas uma iguaria:

Mariposa Ceroctena amynta no Rio de Janeiro

Foto: Lúcia Lopes
A Ceroctena amynta é, em minha opinião uma das mariposas mais interessantes visualmente do mundo. Ela pertece à família (Erebidae: Calpinae, ant. Noctuidae: Ophiderinae) e este indivíduo é um macho. Não há muita informação disponível sobre esta espécie.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Lagarta-Aranha em São Paulo

Olá, podem me ajudar a identificar esse inseto? O encontrei numa folha da Dama da Noite.
Cristian Bergl, de São Paulo/SP
Olá, Cristian, que imagem bacana, hein? Dá vontade de perguntar: Meu, que que esse bicho tá fazendo aqui, tão longe do fundo do mar!?

Este inseto esquisito é um bebê mariposa. As larvas das mariposas da família Limacodidae gênero Phobetron são conhecidas por lagartas-aranha, e eu recomendo que tome muito cuidado com elas, são lagartas que sabem se defender, queimam que é uma beleza e a dor não vai passar tão cedo.

Não tendo certeza de qual das cinco espécies de dama-da-noite ela estava se alimentando, de qualquer forma não vejo referências sobre Phobetrons se alimentando em nenhuma delas, e sugiro que não confie na maioria das referências na internet que use nomes científicos com "nome e sobrenome".

Quando adulta, ela não será tão menos estranha do que é enquanto larva. Este é um vídeo bastante famoso na net de uma lagartinha aparentada:

Atualização 26/02/2.014: Aparentemente, a periculosidade destas lagartas é uma lenda.

Tesourinha no Rio de Janeiro

Foto: Maxwel Rocha - Blogger Flickr
     Tesourinha, rapelho ou bicha-cadela são nomes comuns a todos os insetos da ordem Dermaptera. Todos os dermápteros possuem morfologia muito similar, em geral com asas atrofiadas, raramente funcionais e que são facilmente identificados pelas pinças que possuem na extremidade do abdome que lhes dão o nome comum, usados para a reprodução e como forma de defesa.
     São extremamente sensíveis ao calor e ao tempo seco, por isso costumam procurar lugares escuros e úmidos para se abrigar. São em geral animais saprófagos, ou seja, se alimentam de restos orgânicos, porém a principal espécie no Brasil, Doru luteipes da família Forficulidae é predador de outros insetos e importante controlador de pragas principalente na cultura do milho, e esta é provavelmente uma fêmea desta espécie. O gênero Doru é identificado pelo tom amarelado nas laterais do tórax.
     Dermápteros são praticamente inofensivos aos seres humanos, embora possam segregar uma substância malcheirosa e, como já dito, usar as pinças como defesa. De acordo com Dedetização, a Doru luteipes, possui um ciclo médio de 210 dias (o que é considerado muito para um inseto), com 7,5 dias de incubação e 34 dias de período ninfal. Quando ninfa, o indivíduo passa por quatro ínstares para se tornar adulto. Wikipedia nos dá mais uma série de nomes comuns: lacrainha, bicho-da-lenha, rapino, raspelho e tesoura.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Aranha Gigante no Rio de Janeiro

Oi, tudo bem?
Estas fotos foram tiradas no meu quintal em Cordeiro-R.J. no dia 19.11.2012.

Um abraço, Lúcia Lopes

Oi, Lúcia.

Tenho percebido que aranhas não são o meu forte. Talvez eu demore um pouco pra postar essa tá? Tô achando meio confusa, por que o tipo de teia que ela construiu diz uma coisa, e a forma dela diz outra!

Eu achei esta foto no Flickr que não é da mesma espécie, mas é muito próxima, possivelmente mesmo gênero. Bom que deu pra ver mais ou menos como são os olhos delas. Ela aparentemente, fez uma teia em forma de funil, e a única família que constrói teias assim é a Agelenidae, até onde sei. Isso é uma teia afunilada.

Lúcia: Olá, bom dia! Posso solicitar ao Butantan a identificação da aranha. A teia dela é afunilada sim.
Lúcia: Se não ficar zangado comigo eu envio a classificação da aranha que consegui no Butantan...

Cesar: Na minha opinião, de Agelenidae ela não tem NADA, por que que ela está me confundindo com esta teia eu não sei, deve ter a ver com botar ovos.

Pra mim, ela pode ser tudo, Araneidae, Uloboridae, mas na minha opinião é Nephilidae, com maior tendência a acreditar que do gênero Nephila ou Nephilengis e que este indivíduo é uma fêmea, será que cheguei perto? Eu ia começar a pesquisar a partir desta lista.

Lúcia: Cesar, olha a resposta no email abaixo. Ele respondeu meu email e eu devolvi perguntando se poderia passar a resposta para um amigo que tem um Blog sobre insetos, mas ele ainda não retornou. Acho que ele é especialista em aranhas, veja o email dele.
Você vai ficar feliz com a resposta!

Antonio: Oi, esta e uma Nephilengys cruentata, uma Nephilidae, comum nas areas urbanas. provavelmente este bicho foi introduzido ha muito tempo da Africa e hoje so habita cidades no Brasil.
Nao e perigosa, mas onde se instala a sujeira e grande. Abraços.

Cesar: Yeah! Eu já tinha pesquisado nesta espécie! Foi justamente ela que me fez pensar no gênero Nephilengys! Só que eu pensei ser aparentada, mas descartei a possibilidade de ser a mesma, por que a cor não combina com as imagens da internet, que têm o corpo preto e os fêmures vermelhos. Ou seja, de qualquer forma, no fim das contas eu nunca iria dar certeza da espécie, iria postar isso, que me parece Nephylidae. Veja como ela costuma tecer outro tipo de teia AQUI. Este artigo da UnilesteMG fala sobre a invasão desta espécie no sudeste do Brasil.

Agradeço a Antonio Brescovit do Instituto Butantan pela identificação da espécie.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Longicórnio em Santa Catarina


Olha só, posso te mandar por aqui outra fotinho?
É esse bichinho antenudo (anexo)... :)... tb de hábitos noturnos, eu acho! Sabe me dizer quem é o figurinha?
To adorando essa idéia de identificar os bichinhos... hehhe
Abs!!
Magda de Imbituba, Santa Catarina
 
     Olá mais uma vez Magda!
     Este bichinho antenudo é um longicórnio, "chifres longos", se referindo a esta mesma característica que você observou! Muitos indivíduos da família Cerambycidae possuem este atributo. Um nome mais genérico para a família é serra-pau, pois nem todos os cerambicídeos possuem antenas longas, ao passo que outros, possuem antenas que deixam as desse no chinelo! Pragas.com.br nos dá uma boa explicação do porquê deste segundo nome.
     Embora eu não tenha encontrado imagens onde a coloração combine 100%, a espécie é com (quase) toda a certeza Brevoxathres fasciata, da subfamília Lamiini, tribo Acanthocinini, com presença confirmada em Santa Catarina AQUI e AQUI. Não descartando a possibilidade de se tratar de seu vizinho na primeira referência Brevoxathres littera, este sem confirmação de ocorrência na sua região.
     Quanto aos hábitos noturnos "eu acho" novamente que não.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Mariposa-Vespa Cosmosoma em São Paulo e Santa Catarina

Olá,
Gostaria da identificação deste inseto, só aparece a noite, moro em meio a mata litorânea do sul, mas não tenho certeza se o inseto existe somente no litoral.
Fico no aguardo, obrigada!
Magda, de Imbituba, Santa Catarina

Para ver o restante da conversa,
Imagem gentilmente cedida por Sant'Anna Silveira
Esta é uma mariposa Erebidae, subfamília Arctiinae (antiga família Arctiidae) gênero Cosmosoma, provavelmente Cosmosoma auge, com presença confirmada no sul do Brasil AQUI e no sudeste AQUI. Este tipo de mariposa é considerada mímica de vespas, provavelmente para evitar predadores, que a confundem com um animal "capaz de se defender", apesar de também possuírem toxina. Me parece um tanto estranho que seja vista à noite, por que costuma ter hábitos diurnos.


Magda:  Ah legal! Valeu pela identificação. Mas engraçado saber q tem hábitos diurnos, observei somente a noite aqui em casa, todo dia aparece. Tem uma outra bem parecida, com as antenas bem maiores, mas toda preta, será que é da mesma espécie?
Vou tentar tirar foto p vc divulgar.. ;) E talvez te mandar outras fotos, estou impressionada com o tanto de insetos diferentes. Nada como se mudar para o interior para ver tanta diversidade...

Valeu mais uma vez!!


Cesar: Como você observou, o próprio artigo da Learn About Butterflies a considera um animal noturno. Mas uma simples busca de imagens no Google pode confirmar o quanto elas são fotografadas em flores à luz do dia (ou seria à luz do flash?).


Esta outra deve ser outra espécie. O número de espécies é de fato impressionante e às vezes uma diferença quase insignificante caracteriza outra espécie.
Sempre que você me mandar fotos, será um grande prazer publicar, e pode estar certa de que será uma grande contribuição para todos.
Até mais, então!

Agradeço a Sant'Anna Silveira pela autorização para publicação a imagem.

Magda: Ah, que legal Cesar, e sabe q depois q te mandei o email nao vi mais essa mariposa, to aqui só na espreita... hahahaha

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Lagarta Hylesia em São Paulo

     Esta é uma lagarta do gênero Hylesia (Saturniidae, Hemileucinae). As fêmeas das mariposas Hylesia sp. possuem a particularidade de possuir pelos urticantes mesmo quando adultas, que podem causar dermatite urticante papulopruriginosa. Por isto, são conhecidas por mariposas-da-coceira.

Besouro Mascarado em São Paulo

Este pequeno besouro é um escaravelho da família Scarabaeidae, subfamília Dynastinae, gênero Cyclocephala. Suas larvas são do tipo coró, larvas subterrâneas em forma de "C" e se alimentam das raízes das plantas. Outros nomes comuns são bicho-bolo e pão-de-galinha. Adultos são importantes polinizadores (e alguém precisa explicar pra este que as flores são artificiais!).

Muitos corós podem causar grandes danos às plantações, porém as diversas espécies de Cyclocephala não causam grandes estragos mesmo se muito numerosos, como consta neste documento da EMBRAPA.

"Besouro mascarado" vem de uma tradução do inglês masked chafer.

Cigarrinha no Rio de Janeiro

Oi Cesar, tudo bem?
Encontrei esse minúsculo inseto colorido no meu quintal hoje (19.11.2012) em Cordeiro-R.J.
Um abraço,
Lúcia Lopes
     Esta é uma cigarrinha, hemíptero da subordem Auchenorrhyncha, família Cicadellidae. A espécie parece combinar com esta postada no Flickr, identificada como Macugonalia cavifrons da subfamília Cicadellinae (amarelado, como é comum em espécimes conservados).
     Cigarrinhas, apesar de muito bonitas, são vetoras de doenças para as plantas, e esta espécie é vetora potencial da bactéria Xylella fastidiosa, que infecta as plantas causando clorose variegada dos citros, doença conhecida por CVC ou amarelinho e que tem trazido grande prejuízo à agricultura, conforme o boletim da Sociedade Brasileira de Zoologia nº 101, pág 10.
     Estou contatando o entomólogo autor da identificação.

domingo, 18 de novembro de 2012

Mariposa Imperial em São Paulo

Imagens por Cidy Silva, Take The Walk SP
     Esta coisinha linda é uma fêmea da mariposa imperial Eacles imperialis, uma mariposa da família Saturniidae, subfamília Ceratocampinae (mariposas reais), cuja lagarta é conhecida por lagarta-dos-cafezais, além de ser também uma praga do cajueiro. O dimorfismo sexual nesta espécie é muito grande, tanto em tamanho como em coloração, como nos mostra Colombian Insects. Além disto, existe variação de cores entre as diversas subespécies e possivelmente de indivíduo para indivíduo, como mostra esta imagem da Wikipedia.
     A subespécie é, provavelmente, E. imperialis magnifica, baseado nas duas manchas no tórax. De acordo com BugGuide, a origem do nome Eaclis é um grande mistério.

Mariposa da Lagarta Elasmo, Novamente em São Paulo

 
     Três dias depois de receber as imagens da mariposa elasmo ou mariposa-do-colo Elasmopalpus lignosellus (Pyralidae, Phycticinae) na cidade de Campinas, São Paulo, fotografada por Gabriel Ajeje, fotografei uma aqui também, no Bairro do Jaraguá, São Paulo. Estes registros são interessantes, por que mostram a sazonalidade deste inseto, além de poder representar algum surto de sua ocorrência.
     Ela também costumava ficar com as anteninhas para trás, mas começou a mantê-las inquietas quando comecei a interagir com ela.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Mariposa da Lagarta Elasmo em São Paulo

Esse bichinho estava andando na minha samambaia quando ele caiu, achei interessante porquê sua antena se dobra para trás quando em repouso.
Gabriel Ajeje de Campinas, São Paulo.
     Olá, Gabriel!
     Eu ia te dar com certeza apenas que seu bichinho é uma mariposa, mas até mesmo baseado na sua observação sobre as anteninhas, posso dizer que seu bichinho é uma mariposa da família Pyralidae, subfamília Phycticinae. Eu duvidava que conseguiria ir mais longe, mas sua mariposa tem tudo pra ser a lagarta-elasmo ou lagarta-do-colo (claro, o nome comum se refere ao estágio larval) Elasmopalpus lignosellus, que apesar de ser descrita AQUI (é preciso clicar em "Sightings Table para ver as imagens") e AQUI, como uma espécie norte-americana, está muito bem representada em nosso estado neste documento da EMBRAPA, descrevendo como uma praga da araucária. Muitas referências apontam como sendo também uma das principais pragas do milho.

Gabriel: Muito obrigado Cesar, achei muito interessante esse inseto, e saber que é uma praga foi uma surpresa.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Besouro-Pulga no Rio de Janeiro

     Olá Cesar, tudo bem?
     Esse inseto lindo eu fotografei no Jardim Botânico do Rio de Janeiro-R.J. em 11.11.2012.
     Aguardo sua resposta.
     Um abraço,
     Lúcia Lopes
Este é um besouro (na verdade, besoura) da família Chrysomelidae, subfamília Galerucinae, tribo Alticini. Embora existam excessões, alticínios são em geral facilmente reconhecíveis pelos fêmures trazeiros superdesenvolvidos, usados para realizar grandes saltos, por isso os seus nomes comuns "besouro-pulga" ou "besouro-saltador".

A tribo Alticini era antigamente considerada subfamília Alticinae, e o Google ainda retorna mais resultados para Alticinae do que para Alticini.

Pesquisei em diversas fontes e não tive sucesso em identificar ao nível da espécie, ela não me parece muito comum, não está na galeria de Coleoptera Neotropical e infelizmente deve estar entre os "22 a 38" neste documento da ICMBio. De acordo com este documento da Sociedade Ecológica Brasileira, existem mais de 8.000 espécies descritas somente nesta tribo, e nós sabemos que a nossa grande fauna tropical não é lá tão bem estudada.

Porém, na tentativa de identificar esse, parece que eu consegui identificar esta outra belezinha abaixo e ainda conheci esse maravilhoso site venezuelano que possui uma fantástica galeria ainda em construção de besouros-pulga, e é bem possível que daqui a algum tempo ele nos brinde com a identificação desta espécie.

Besouro-Pulga Alagoasa em São Paulo

Este e um besouro-pulga (Chrysomelidae: Galerucinae: Alticini).
É notável sua semelhança com Omophoita personata.
Update 13/11/12: Provavelmente se trata de Alagoasa scissa (é normal o amarelamento de insetos alfinetados).
Update 17/11/12: Outra espécie quase idêntica: Oedioychus tricruciatus.
Update 22/11/12: Este documento do Journal of Cell Science parece considerar Alagoasa e Oedionychus sinônimos. Agora faz sentido, hehe!


Atualização Fev./2.018 - Amanda Perin Marcon: Olá, César!

Segundo esse site, seria Alagoasa decemguttata falsoscissa.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Mosca Bombiliídea em Minas Gerais

Um mosquito sangue suga.
Constantemente encontro um mosquito gordinho e com muito sangue na barriga, parece um pernilongo, mas é mais redondo.
Evandro "Djow" de Uberlândia, Minas Gerais
 
Originalmente, esta mosca havia sido identificada como um simuliídeo.

Atualização Ago./2.020 - Matheus Soares: Essa mosca é um Bombyliidae, subfamília Phthirinae, são polinizadores. Simuliidae possuem veias quase hialinas nas asas.

Aranha Saltadeira Frigga sp. em Minas Gerais

Tenho comigo a foto de uma aranha caranguejeira que encontrei numa planta no sul de Minas, exatamente em Alfenas-MG e que não vi igual. Ela é bem pequeninha.
Elma Carneiro, de Goiânia, Goiás.
Elma, sua mini-caranguejeira é na verdade uma aranha saltadeira da família Salticidae, a família de aranhas mais numerosa no mundo, com quase 4.500 espécies catalogadas.
Sua imagem combina muito bem com o gênero Frigga no paraguaio Pybio.org, em especial esta imagem (identificada pelo Instituto Butantan).
De acordo com Biota Neotropica, aqui no estado de São Paulo, vizinho a Minas Gerais, são registradas apenas duas espécies neste gênero, F. coronigera e F. quintensis, e é possível que se trate de F. quintensis, como possivelmente identificada aqui no Flickr.
Outras imagens no Flickr AQUI e AQUI.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Insetos do Cerrado 3 de 3: Borboleta Raio-Azul

Procurando identificação de insetos do Cerrado
Coloco aqui algumas imagens que fotografei no bioma Cerrado precisamente em Goiás no Centro Oeste. São insetos que desconheço e, por mais que fizesse buscas pela net não consegui encontrar nenhum que fosse pelo menos parecido com eles. Talvez esta seja um tarefa para os especialistas em Entomologia.
As imagens foram colhidas numa área rural meio a vegetação (Jaraguá, Goiás). Se alguém souber a identidade e informar eu ficaria grata. (conforme postado em Caliandra do Serrado)

Rara borboleta azul - Borboleta ou mariposa apareceu sobrevoando vasos de plantas durante o dia. Azul com com listras cinza e branco, as asas sombredas em azul escuro no centro próximo ao corpo e azul claro nas estremidades. Possui pintas cor de rosa choque.

Elma Carneiro de Goiânia, Goiás. Foto por Jane Carneiro
 
Borboleta Raio-Azul ou Borboleta Caliandra Lyropteryx sp.

Esta é uma borboleta da família Riodinidae, gênero Lyropteryx. De tirar o fôlego, né?

Existem  quatro espécies de borboletas Lyropteryx, todas muito parecidas, quando um indivíduo possui particularidades, outros da mesma espécie são parecidos com os da outra. Veja a galeria de fotos em Butterflies Of America. Apesar da grande semelhança entre elas, Lyropteryx appollonia apollonia é a única espécie reistrada em icmbio.gov.br no Parque Nacional Chapada dos Veadeiros em Goiás. Borboletas Lyropteryx não possuem um nome comum em português, como consta no livro Borboletas - Guia Prático.

Borboleta batizada: Borboleta Raio-Azul ou Borboleta Caliandra.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Insetos do Cerrado 2 de 3: Jequitiranaboia

Procurando identificação de insetos do Cerrado
Coloco aqui algumas imagens que fotografei no bioma Cerrado precisamente em Goiás no Centro Oeste. São insetos que desconheço e, por mais que fizesse buscas pela net não consegui encontrar nenhum que fosse pelo menos parecido com eles. Talvez esta seja um tarefa para os especialistas em Entomologia.
As imagens foram colhidas numa área rural meio a vegetação (Jaraguá, Goiás). Se alguém souber a identidade e informar eu ficaria grata. (conforme postado em Caliandra do Serrado)

Inseto de vida noturna (mariposa) procurando a iluminação das lâmpadas dentro de casa no mês de junho/2012. Sua aparência lembra uma tartaruga.

Elma Carneiro de Goiânia, Goiás
Esta não é uma mariposa, mas uma jequitiranaboia, hemíptero da subordem Auchenorrhyncha, família fulgoridae, gênero Fulgora. A jequitiranaboia é provavelmente o animal a que são atribuídas o maior número de lendas, entre elas principalmente a ideia de que são cobras com asas, de que possuam um veneno poderosíssimo e picada mortal.
O formato de sua cabeça de fato lembra a de um réptil, mas seus olhos na verdade estão onde aparenta ser o pescoço, e seu aparelho bucal mais embaixo.
Erroneamente, na internet se encontram vários artigos chamando todas as jequitiranaboias de Fulgora laternaria. F. laternaria é na verdade apenas uma das oito espécies registradas em Animal Diversity.
Temos AQUI um artigo sobre a descrição de algumas espécies (do tempo em que F. laternaria ainda era chamada F. servillei).
AQUI, um interessante artigo de Ciência Hoje sobre os diversos mitos sobre este inseto (do tempo em que a subordem Auchenorrhyncha ainda era considerada uma ordem a parte, a Homoptera) e nos dá uma série de variações do nome comum, além de explicar a etimologia do nome: "jaquitiranabóia, jiquitiranabóia, jitiranabóia, jaquiranabóia, jaquitirana, jequitirana, tiranabóia, tirambóia, gitirana, jitirana, cobra-de-asa, cobra-do-ar, cobra-voadora, cobra-doeucalipto, cobra-cigarra, serpente-voadora,gafanhoto-cobra, cigarra-doida, cigarra-cobra e jacaré-namboya. A palavra jequitiranabóia tem origem no tupi-guarani e significa cigarra parecida com cobra (yeki = cigarra; rana = parecido; mboya = cobra)". A última observação mostra como nossos índios já tinham uma bela noção de taxonomia: jequitiranaboias são aparentadas das cigarras na subordem Auchenorrhyncha!

ps.: De todas as mudanças nos nomes, a última é essa: a partir de agora não podemos mais escrever jequitiranabóia, pois de acordo com o acordo ortográfico que entrou em vigência em 2009 e começará a valer de vez a partir de 2013, ditongos abertos não são mais acentuados em paroxítonas: JEQUITIRANABOIA

Elma: Ótima postagem sobre a Jequitiranaboia que agora fiquei sabendo por você que entende profundamente de insetos.
Achei super interessante a localização dos olhos e da boca ficarem onde parece ser o pescoço.
Imaginei que fosse uma mariposa porque ela procura o calor das lâmpadas para se aquecer. Também por aí mostro que não sei nada sobre esses lindos bichinhos, pois pode ser que nem todo inseto que procura a luz venha a ser uma mariposa.
Grata e agora falta a terceira não é verdade?
Um abraço

Cesar: Em inglês, este bicho é chamado de lanternfly ou peanut-head bug (inseto-voador lanterna ou bicho cabeça de amendoim). O lanternfly eu não sei se é por causa da atração pelas luzes ou por causa do mito da bioluminescência.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Insetos do Cerrado 1 de 3: Percevejo Pés-de-Folha

Procurando identificação de insetos do Cerrado
Coloco aqui algumas imagens que fotografei no bioma Cerrado precisamente em Goiás no Centro Oeste. São insetos que desconheço e, por mais que fizesse buscas pela net não consegui encontrar nenhum que fosse pelo menos parecido com eles. Talvez esta seja um tarefa para os especialistas em Entomologia.
As imagens foram colhidas numa área rural meio a vegetação (Jaraguá, Goiás). Se alguém souber a identidade e informar eu ficaria grata.

Este inseto foi visto e fotografado durante o dia em época chuvosa do Cerrado no mês de novembro de 2011. Foto colhida em perfil pelo lado esquerdo e a parte mais volumosa é o abdomem. Possui uma antena.
(conforme postado em Caliandra do Serrado)

Elma Carneiro de Goiânia, Goiás
Olá, Elma!
Esta é uma ninfa de hemíptero da família Coreidae. Coreídeos são conhecidos popularmente por percevejos-pés-de-folha.
Ninfas são difíceis de serem identificadas a nível de espécie, por que geralmente não se parecem muito com os adultos. A espécie mais conhecida deste gênero é o percevejo-gaúcho Leptoglossus zonatus, considerado uma praga de plantações, em especial cereais, como consta neste documento da EMBRAPA.

Elma: Cesar Crash
Valeu muito obter essa informação de alguém que conhece profundamente dos insetos.
A minha ninfa é muito bonita e colorida, talvez devido aos ares do Cerrado, rsrs
Vou estar sempre aqui pesquisando seu tão rico espaço em quantidade & qualidade.
Desejo sucesso neste maravilhoso mundo dos insetos.
Um abraço

Cesar: Concordo contigo que a ninfa é muito bonitinha. Só não posso concordar que eu os conheça profundamente.
Muito obrigado!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Besouro-Do-Cesto (Criptocefalíneo) na Argentina

Hola Cesar: te consulto nuevamente, a ver si conoces a este coleóptero encontrado también en las flores de girasol.
Saludos y gracias!
Macarena Casuso de Las Breñas, Argentina
Olá, Macarena!
Este besourinho é um crisomelídeo (família Chrysomelidae) da subfamília Cryptocephalinae. Suas larvas vivem dentro de saquinhos que constroem com matérias residuais. Gostaria muito de te dar um nome comum, mas não conheço nenhum e realmente nos falta aqui no Brasil. A descrição do Wikipedia em espanhol: "Los criptocefalinos (Cryptocephalinae) son una subfamilia de coleópteros crisomélidos y pertenece al grupo Camptosomata, caracterizado porque las larvas viven en un estuche fabricado con materiales de deshecho".
Coleoptera Neotropical nos dá uma boa lista das espécies Argentinas, e a mais semelhante aqui é Pachybrachis sp., podem se alimentar tanto da folha como de pólen.

Macarena: MUCHAS GRACIAS CESAR!!
SI ENCUENTRO ALGO MÁS DE ESTE BICHITO, TE COMPARTO.
SALUDOS, MACARENA

Cesar: Gracias Macarena, saludos desde Brasil!

Alpaida sp. em Santa Catarina

A foto é de 30/10/09 mas esta minúscula aranha é comum entre as frestas das taipas, muros de pedras utilizados para cercar as fazendas da região de Lages(SC).
Esta é a foto na galeria desde 27/10.
DigiPhotus
Imagem DigiPhotus Blogger Flickr
Esta é uma aranha da família Araneidae, gênero Alpaida.

Araneídeos são conhecidos por aranhas-de-teias-orbiculares ou aranhas orbitelas, embora Biota Neotropica usa este termo de forma mais abrangente (inclusive para aranhas que nem teias tecem!) e ainda com um registro de Alpaida sp. em São Paulo.

Nota: A escassez de referências fotográficas na internet impedem uma identificação a nível de espécie, mas meu melhor palpite era Alpaida quadrilorata.
A descrição da espécie em  Biodiversity.org, pág 467  "Female. Carapace orange. Sternum orange with a median black streak. Legs orange with wide black rings. Dorsum of abdomen with four black, longitudinal bands, white in between, orange on each side anteriorly (Fig. 532); venter with two black bands, white in midlle (Fig. 534)> Fourth legs longer than first. Abdomen oval, pointed behind ... Females are marked with black patches on the abdomen (Fig. 533) or longitudinal bands. Frequently both kinds of females are collected together. The background of stripes or patches varies from white to dark orange in alcoholic speciemens. A male from Pelotas, Rio Grande do Sul, was all black." fala sobre a variabilidade de coloração na espécie e a descrição me parece combinar muito bem com esta espécie. Se eu estivesse certo, a espécie em Pybio.org poderia ser A. flavus ou A. tepic  Biodiversity.org, pág 271.

É grande a semelhança com a imagem desta espécie em icmbio.gov.br, pág 48, o que parece evidenciar que existe um equívoco em algum dos lados. Porém, esta espécie aqui registrada foi observada em carqueja.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Mantispídeo no Rio de Janeiro

Encontrei esse espécime de louva a deus (Mantodea) voando rapidamente entre as folhagens de uma árvore, dei sorte e consegui fazer a foto, ele tem aproximadamente 2cm e mantinha as patas dianteiras sempre nessa estranha posição.
Maxwel Rocha
Foto: Maxwel Rocha Blogger Flickr
Este é um neuróptero da família Mantispidae, muito semelhante aos louva-a-deus pelo alongamento do tórax e pelas pernas dianteiras raptoriais. Tecnicamente, são bichos-lixeiro, tão ou mais benéficos que esses, com uma adaptação convergente à do louva-a-deus, diferenciando-se desses principalmente pelo aspecto das asas, com nervuras típicas da ordem Neuroptera.
Confira informações do Acervo Digital UFRRJ.

Louva-a-Deus

 
 
Fotos mais nítidas deste louva-a-deus.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Longicórnio Mallosoma no Rio de Janeiro

Olá Cesar, tudo bem?
Fotografei esse inseto no Corcovado na cidade do Rio de Janeiro-R.J. em outubro/2012.
Um abraço,
Lúcia Lopes
Olá, Lúcia!

Este é um longicórnio da família Cerambycidae. Longicórnios ou cerambicídeos são conhecidos popularmente por serra-paus. A família dos longicórnios possui muitos indivíduos de tamanho avantajado e entre eles estão alguns dos insetos mais belos do mundo, veja exemplos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9

A espécie é provavelmente Strangalia dimidiata, (embora a fonte tenha postado a imagem com um nome e a legenda com outro) apoiada também pelos desenhos dos élitros 18 (o segundo, pois o primeiro é na verdade 13) e 19 da pág. 147 de Insecta Mundi vol. 12. Todos os desenhos de 15 a 24 são variações de padrões dentro da mesma espécie. Enio Branco registrou um indivíduo muito semelhante AQUI.
Como o nome sugere, serra-paus têm potencial para se tornar praga em árvores.

Lúcia: Oi Cesar,
Obrigada pela classificação do longicórnio. Tem cada um mais lindo que o outro!
Ótimo final de semana!
Um abraço forte,
Lúcia

Atualização 23/07/13: Creio que a espécie seja, na verdade, Mallosoma zonatum (Cerambycidae: Cerambycinae: Heteropsini).