domingo, 28 de outubro de 2018

"Charlie" no Espírito Santo

Eu encontrei o pequeno Charlie na pia da cozinha. No começo eu acreditei que era uma cigarrinha. Ele tinha uns 7 mm. Eu não o tinha visto até passar um pano molhado na pia e acredito que ele passou por Charlie. Ele estava sem uma perna, isso pode ter sido o motivo. Havia cloro na pia. Não sei se o atingiu. Você sabe, certo, pia de pobre é encardido, tem que passar cloro. Eu descobri que Charlie era diferente imediatamente depois que ele começou a pular de costas. Eu o colocava de cabeça para baixo, ele se viraria novamente. Eu notei que ele tinha pernas longas como remos. Foi então que o reconheci como um percevejo aquático. Eu coloquei na água e deixei por alguns momentos. Fique aí, amiguinho. Não tenha medo, eu disse, esta xícara é seu novo lar temporário, quando fui ver se estava tudo bem, Charlie estava morto. Uma sucessão de percalços da vida culminaram no final de Charlie. De onde ele veio, eu nunca saberei, mas seus últimos minutos serão eternizados nessas fotos;
Kel de Cariacica, Espírito Santo.
Aqui eu só consigo dizer até a tribo Corixini (Corixidae: Corixinae), os gêneros são bem semelhantes.  Ou nem isso, se a Heterocorixa sp. (Heterocorixinae) da Esalq estiver certa, eu acho que não está. Corixídeos não são "tão" predadores como outros hemípteros aquáticos, consumindo algas e detritos. Nesta família também há casos únicos em hemípteros de espécies que comem partículas sólidas. É estranho ele se virar, por que os barqueiros notonectídeos nadam de costas, os corixídeos não.

Mas, agora que ele se foi, acho que eu tenho uma boa notícia. Você pode reencontrá-lo usando apenas um papel e dois lápis, perguntando "Charlie, Charlie, are you here?"

Nenhum comentário:

Postar um comentário