terça-feira, 26 de março de 2013

Milípedes em São Paulo e Minas Gerais

Oi César!
Enviando um "combo" de milipedes para você identificar! Os três primeiros encontrados em Altinópolis - SP (área urbana) e o último (Julus sp. ???) em Ouro Preto - MG (área de mata).
Tami de Altinópolis, São Paulo.


Paradoxosomatidae



















     Tami, existem alguns grupos nos quais eu não me arrisco muito abaixo das ordens ou até mesmo classe. Grupos como aracnídeos excluindo aranhas e miriápodes são os principais deles.
     Eu não vejo diferença evidente entre as diversas ordens de milípedes (piolhos-de-cobra ou embuás), por isto acho que os meus palpites podem acabar passando bem longe da identificação correta, por isto mesmo não marco Diplopodas ou Chilopodas como não identificados. A primeira por exemplo, me parece idêntico a este Tylobolus sp., mas nem confirmo este gênero no Brasil
     A família Julidae, que inclui o gênero Julus é uma família principalmente europeia, algumas espécies são consideradas invasivas na América e eu não sei nada sobre sua ocorrência no Brasil além da espécie Julus hesperus, que não me parece ser o caso, não me arrisco nem na ordem Julida.
     No caso da terceira imagem, que mostra um milípede bastante distinto, algo semelhante a uma centopeia, este sim eu gostaria de arriscar a família Paradoxosomatidae (Polydesmida), também pela coloração, mas principalmente por que o "vinco" no meio dos segmentos me parece que são determinantes.
     Acho mesmo assim muito importante o registro do maior número de espécies aqui, inclusive por que a qualquer momento um especialista (ou não) pode visitar a página e nos presentear com algumas identificações.

     Quanto a manusear os piolhos-de-cobra, como havia conversado com a Barbara mês passado, eu não recomendo fazer isto. Muitas espécies soltam uma substância de odor desagradável e que ainda causa descoloração na pele, embora este perigo seja normalmente ao se "esmagar" o pobre bichinho (exemplos 1, 2 e 3), pode-se ver relatos de problemas causados ao se tocar neles (russianwolfhound no YouTube). Recentemente também, uma vizinha matou um dentro de casa e o cheiro custou a passar, neste caso, sinceramente, bem-feito. Mas devo dizer também que sempre mexi com eles, e nunca vi se defenderem de outra forma que não seja se enrolando.

4 comentários:

  1. Oi César!

    Bastante interessantes as informações que você postou sobre o manuseio desses animais. Eu nem tinha idéia que poderiam apresentar algum risco, tanto que eu deixava meu filho pegá-los (na segunda foto o bichinho está na mão dele!!), agora terei mais cautela. Mas como você mesmo, eu nunca tive problemas com esses bichinhos. O único "problema" ocorreu com o animal da primeira foto que soltou uma secreção escura e deixou umas manchinhas amareladas na minha mão (demorou uns dois dias para as manchas sairem completamente). Ficarei na torcida pela aparição de um especialista capaz de identifica-los...rs! Abraço.

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  2. Muitissimo interessante.Pelo que andei olhando as milipedes da ordem polydesmida, as mais achatadinhas, tem a caracteristica de produzir cianeto de hidrogenio que causam varias recoes.
    Gostaria de fazer uma pergunta: Tami, voce chegou a manusear o diplopoda da terceira foto e qual o tamanho? recentemente achei um desses mas acredito que era bem jovem (menos de 19segmentos)cheguei a manusear, acho que nao se deve fazer isso com esse tipo de diplopoda.

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  3. Bárbara,

    Diretamente não, utilizei um galhinho. Mas ele não reagiu se enroscando como os de corpo cilindrico (isso aconteceu com você?)e só produziu um cheiro um pouco desagradável. Sobre o tamanho, ele é bem pequeno, coisa de uns 2-3 cm.

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  4. Ola querida Tami!!!
    Bom, o que eu peguei se enrolou sim, mas uma vez so! fiquei o dia inteiro com ele em um pote com cenoura ralada. Com relacao ao cheiro ruim ate hoje nao senti em nenhum diplopada que eu achei!
    Abraco

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