sábado, 19 de abril de 2014

Casulos de Seda no Rio de Janeiro

Bom dia. Moro na área rural da cidade, onde faço um programa de pesquisas: Resgate da Memória Rural Aldeense, e uma das memórias levantadas foi que na localidade Café (em Papicu), onde tinha muitas fazendas de café, existiu uma onde tinha criação de bicho-da-seda, só que nos relatos ela se alimentava da árvore de Jamelão (folhas). Achei estranho como Bióloga, pois sempre soube que era de Amoreira, mas os fatos apontam para isso. No local existem hectares de pés de jamelões que ainda existem centenas espalhados apesar de terem feito campos de bois, e estive no local ontem, onde registrei essas fotos que vão em anexo e existem muitas folhas devoradas. Irei novamente no local com mais calma para ver se localizo mais evidências e vivas. Todos contam (famílias tradicionais que descenderam da senzala da fazenda) que ele era criado em caixas, eram grandes as lagartas e usavam a folha de jamelão. Será realmente viável? Essas fotos são dessas árvores bem antigas, e bem no alto. Detalhe: Não há relatos de amoreiras próxima ao local. Aguardo ansiosa.
Elizabeth Franco de São Pedro da Aldeia, Rio de Janeiro.
      Elizabeth, o bicho-da-seda mais conhecido e usado comercialmente, Bombyx mori, aparentemente não aceita mesmo nenhuma outra planta que não seja Morus sp., muito menos de uma outra família, o nome "mori" inclusive deve se referir a isso. Eu suspeito que os casulos tenham sido produzidos por uma outra Bombycidae sp.; nesta postagem, temos casulos semelhantes em pé de acerola. Existem até Saturniidae spp. que não descem à terra para empupar e podem produzir casulos de valor comercial. Fiz uma pesquisa aqui e cheguei a um saturniídeo que produz bons casulos e se hospeda em jamelão: Antheraea mylittaO bicho é indiano e não encontrei referências sobre ser introduzido no Brasil, mas já é grande coisa, quem sabe seja algo próximo.
     Se conseguir registrar larvas ou adultos, por favor, deixe-nos saber.

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